The Handmaid’s Tale – Quando a ficção mostra um futuro possível
Eu tenho acompanhado os episódios semanais de The Handmaid’s Tale e indicado fervorosamente no meu Facebook. Acredito ser uma das séries mais espetaculares da atualidade.
Para explicar um pouco da história e o porquê dela ser tão incrível, resolvi contar aqui e fazer o meu melhor para não dar spoilers.
A história é baseada no livro de 1985, The Handmaid’s Tale, ou O Conto da Aia em português, escrito pela Margaret Artwood. Apesar de já ter sido lançado há mais de 30 anos, a história não poderia ser mais atual.
A narrativa se passa em um futuro próximo e distópico*, onde os Estados Unidos deixam de ser EUA e agora são chamados de República de Gilead.
Governado atualmente por uma teocracia totalitária cristã, o antigo governo democrático fica para trás e um novo regime é instaurado, onde cada membro da sociedade ocupa um lugar fixo na hierarquia social, tendo uma função específica.
Nesse futuro, o número de mulheres inférteis é enorme e a taxa de nascimento cai cada vez mais. Esse plot me atingiu em cheio, já que sou portadora de endometriose, uma das doenças que mais causa infertilidade nos dias de hoje.
A história é narrada pela personagem principal, Offred (Elisabeth Moss, a Peggy de “Mad Men”), que sofre com esse novo sistema e tem uma única função: gerar filhos para as famílias dos homens mais poderosos da cidade e suas mulheres inférteis. Para isso, existe um processo chamado de cerimônia, que é um gatilho enorme para estupro.
Um pesadelo, né? Eu não li os livros e estou acompanhando a série, fugindo de spoilers para entender todas as explicações.
O elenco também conta com outros nomes excelentes, como Joseph Fiennes (American Horror Story), Yvonne Strahowski (Chuck), Alexis Bledel (Gilmore Girls) e Samira Wiley (Orange Is The New Black).
Serão 10 episódios produzidos pelo Hulu. Já foram lançados oito até agora e confesso que está cada vez mais difícil assistir e não ficar extramente arrasada. É assustadora a forma como as mulheres são tratadas, como os grandes homens no poder exercem domínio total dos nossos corpos e, principalmente, como a realidade parece se tornar cada vez mais próxima de algo assim.
A série também retrata a importância das mulheres estarem unidas, principalmente em momentos onde o mundo é totalmente controlado pelo sistema do patriarcado, além de explorar temas da sociedade atual, como objetificação do corpo da mulher e a diferença de classes sociais.
A fotografia, direção e roteiro também não ficam pra trás, com um visual impecável.
Ou seja: assistam. Vale o esforço de procurar para baixar e vale a reflexão de onde estamos e para onde estamos indo.
* A distopia é um pensamento filosófico que caracteriza uma sociedade imaginária controlada pelo Estado ou por outros meios extremos de opressão, criando condições de vida insuportáveis aos indivíduos. Normalmente tem como base a realidade da sociedade atual idealizada em condições extremas no futuro.
Leave a Comment