Get Out (Corra!) – Um filme de terror que veio para incomodar
Desde que eu assisti ao primeiro trailer e comecei a ler matérias falando sobre Get Out, filme do diretor Jordan Peele, fiquei super curiosa para assistir.
Com classificação de 99% no Rotten Tomatoes, a curiosidade só aumentou. E valeu a pena.
O filme conta a história de Rose (Allison Wiliams, de Girls) e Chris (Daniel Kaluuya, de Skins), um jovem casal apaixonado de Manhattan que vai visitar os pais de Rose no interior durante o fim de semana.
Rose é uma menina branca, rica e privilegiada, Chris é um fotográfo jovem e negro, e essa diferença social faz com que ele questione a aceitação dos pais dela quanto ao relacionamento dos dois: “Você disse para eles que eu sou negro?” E ela zomba dele por sua preocupação. “Meu pai teria votado em Obama em um terceiro mandato, eles não são racistas”.
O acolhimento e as boas-vindas dos pais de Rose também levantam algumas suspeitas. É uma recepção calorosa demais para quem nunca viu o genro. Daí pra frente, as coisas só vão ficando cada vez mais assustadoras.
Uma casa enorme com funcionários negros, piadas de cunho racistas que escondem coisas muito mais medonhas e personagens extremamente caricatos são outros detalhes para prestar atenção.
Muito mais do que uma crítica social, o filme segura o telespectador com momentos de tensão e as descobertas pouco a pouco do que acontece na casa da família de Rose.
Durante todo o filme, você não tem certeza se os personagens são pessoas horríveis ou incompreendidos, mas no final quando você junta todas as peças, começa a entender quão delicadamente bem pensadas são as atitudes e atuações.
Get Out é sobre a forma em que as pessoas brancas veem as pessoas negras e em termos de terror acaba sendo um filme leve, mas em termos de horror psicológico, entrega com maestria o sentimento de incômodo o tempo todo.
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