O Escritor da Pestana Caída – Resenha
Não se engane pelo título, é uma ótima comédia!
Estavam com saudades do Clube do Livro?
Estamos de volta com mais um livro de um querido leitor nosso!
Dessa vez vamos falar do livro do editor do site (quase) mais completo sobre Monty Python: Thiago Meister Carneiro!
Jornalista, editor do site Andar Tolo e nossa fonte de informações no podcast Pythoneando, Thiago também é o nosso ouvinte assíduo do Papo Vogon, e na Don’t PaniCON ele nos presenteou com uma linda camiseta do site e o seu livro O Escritor da Pestana Caída.
Não é uma ficção científica, não envolve viagens no tempo e espaço, a história não se passa no passado ou futuro (depende de quando você estiver lendo), não envolve super poderes e nem mistérios a serem resolvidos, é apenas a história de uma garoto com a pestana caída e sua mãe meio maluca (sendo gentil).
Pelipe é um garoto de 19 anos que sonha em ser escritor. E tem a pestana caída.
Poxa, mas é só isso?
Bom, a premissa é essa, mas obviamente a história não é só isso. Mostra o dia a dia de Pelipe, o relacionamento com sua mãe, seus amigos, até mesmo com pessoas que ele simplesmente conhece na rua (o que pode fazer o leitor se identificar com o nosso protagonista).
O fato dele ter a pestana caída é apenas um detalhe, algo que mostra a fraqueza do protagonista, já que ele se incomoda com cada comentário sobre isso. Mas nada que afete o rumo da história, pois estamos falando de uma comédia.
E que comédia meus amigos! Tento evitar ao máximo comparações, mas é inevitável ver um pouco de John Cleese, Terry Gilliam, Terry Jones e etc.. e é claro, Douglas Adams!
Não temos um humor óbvio aqui. Você dá risada com os acontecimentos cotidianos, com as personalidades dos personagens, e principalmente com a interatividade do autor com o leitor.
Não há nada forçado e nem aquele momento em que a platéia começa a rir para você saber o momento cômico da história. Me peguei dando risada sozinha várias vezes em todas as páginas, e a única vez eu senti isso foi lendo o Guia. Todos os 5. (Na verdade, isso também aconteceu com Salmão da Dúvida, mas lá também tem histórias reais, o que ajuda.)
Personagens convincentes e divertidos, em toda sua total falta de bom senso. Você pode se identificar, reconhecer algum amigo seu, ou até mesmo querer ter um amigo ou uma mãe como a D. Leopolda (ou não, acho que seria um pouco perigoso ser filho dela).
Falando nela, uma das minhas partes favoritas é que, supostamente, D. Leopolda é o motivo de The Beatles se chamarem The Beatles. Mais alguns pontos pelo envolvimento de personagens reais com a ficção e é claro, os detalhes do sotaque.
E para evitar spoilers e nossos leitores caírem no sono, vou finalizar com um trecho do livro que eu gostei muito, e para deixá-los mais curiosos com o conteúdo dele:
– Desculpa, mas quem você disse que é mesmo? – Pelipe perguntou, apontando para o garoto de boné virado para trás, camiseta regata de algum time de basquete estadunidense e um calção caindo pela cintura.
– Craíto. – disse Craíto.
– Craíto? – perguntou Pelipe.
– É! – confirmou Craíto. – Olha aqui!
Craíto tirou do bolso a sua carteira de identidade e mostrou para Pelipe. Como se um halo de luz descesse até a carteira de identidade de Craíto e um oral ao fundo fizesse um “aaaahhh” em unissono, Pelipe alinhou as sobrancelhas.
– Ah, Clayton! – Pelipe esclareceu.
– Olha só! Viu Jader? – disse Craíto, orgulhoso. – Te falei que meu nome é estrangeiro!
Recomendo fortemente esse livro, e para que se interessar, podem mandar e-mail para o Thiago que vocês terão todas as informações necessárias (se quiserem comprar um papagaio, podem falar com ele também): [email protected]
Também recomendo que vocês visitem o site O Ministro do Andar Tolo, página oficial no Facebook, sigam no Twitter e escutem Pythoneando!
P.S.: Salso, uma das melhores referências!
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