Monthy Python e o Sentido da Vida Feminista
2015 foi o ano das mulheres.
Grandes veículos de comunicação do país e movimentos sociais (e nas redes sociais), falaram sobre feminismo e a luta constante contra à violência com a mulher e a busca pelos nossos direitos.
Foi um ano em que, particularmente, vi um “despertar feminista” vindo de todas as partes. Seja daquelas que nunca tiveram contato com nenhum tipo de movimento social ou àquelas que simplesmente não sabiam como chamar a luta contra a desigualdade que vivem desde que nasceram.
E daqui para frente, isso só vai aumentar. As mulheres chegaram com força e é bom você ir se acostumando. =)
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O Sentido da Vida
Então que um belo dia você descobriu que era feminista, e sua reputação em cima disso só começou a aumentar.
E você teve um despertar feminista, e está começando a ganhar a reputação de “chata”, que só reclama.
E você percebe que é minoria em um determinado espaço em que vive (trabalho, sala de aula, jantar em família).
E você está começando a deixar algumas pessoas incomodadas, inclusive alguns amigos.
Essa transformação e problematização das coisas é muito nova, até para você.
Mas você realmente se encheu de ter seus valores medidos através da sua “castidade”.
Ou que seu mundo todo tem que girar em torno de ter filhos e cuidar deles.
Ou onde é o “lugar de mulher” ou “quanto ela pode falar”.
E não suporta mais ouvir que “as feministas é que são chatas”.
Chega, né?
Em Busca do Cálice Sagrado
Primeiro de tudo, você tem muito a aprender (e todas nós, sempre). Você vai começar a ouvir muito sobre privilégio, machismo, misoginia e, claro, o patriarcado, sempre ele. Todos os termos podem ser confusos, e às vezes é como se nós não estivéssemos falando a mesma língua, dificultando nosso entendimento.
As pessoas vão começar a te indicar diversos livros, blogs e autores para ler. É muita informação sim, mas é maravilhoso.
Outras pessoas vão pedir para você ler umas groselhas, provavelmente porque querem argumentar com você.
Na verdade, muita gente vai querer discutir com você. Eles vão dizer-lhe que o patriarcado é um sistema perfeito, com muitos benefícios por causa disso. Que sempre funcionou, que você está exagerando. Que o feminismo não ajuda em nada.
Eles vão dizer para você parar de se preocupar com coisas triviais como o feminismo, já que tem tanta gente passando fome na África.
Ou “porque vocês não lutam pelo alistamento obrigatório? ”
Ou que as coisas são assim, “porque deus quis desse jeito”
Entre “micro agressões” do dia a dia, micro agressões de trolls na internet e micro agressões nas reuniões de família, é como morrer aos poucos com pequenos cortes.
Em certos momentos, você vai até se questionar se existem homens legais por aí.
Às vezes você pensa que deve ser mais fácil desistir de tudo e voltar a ser “feliz” cumprindo o seu “papel”.
Mas suas irmãs feministas estão ali, para você contar com elas quando precisar.
E mesmo não sabendo quando o mundo perfeito vai existir, com equilíbrio e igualdade, elas te incentivam a ver nos pequenos atos, uma faísca de esperança.
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