Admirável Mundo Novo – Resenha
Mais um clássico que você TEM que conhecer.
Admirável Mundo Novo (Brave New World), escrito por Aldous Huxley, foi lançado em 1932.
Um dos meus livros favoritos, fala de uma sociedade distópica, em que a humanidade é totalmente industrializada e controlada, e vivem de uma forma totalmente limitada seguindo regras e condutas estabelecidas.
CALMA, ACHO QUE JÁ VI ISSO ANTES!
Sim queridos leitores! A sociedade da nossa resenha anterior, 1984, também trata de uma sociedade distópica, similar em algumas coisas e diferente em outras. Mas principalmente, ambas similares com alguns aspectos na nossa sociedade atual.
Acho que a maior diferença entre os dois livros é que, em Admirável Mundo Novo, além de existirem outras comunidades que vivem de forma “primitiva” ou “não civilizada” segundo os personagens, é que a civilização é feliz com essa forma de viver. Além deles acharem extremamente normal o comportamento deles, eles julgam e acham estranho, anormal e até mesmo obsceno alguém que viva de forma diferente.
Enquanto vocês se perguntam que sociedade estranha é essa, eu estou me segurando para não soltar vários spoilers e acabar estragando o livro para vocês.
Quando você começa a ler o livro e vai descobrindo essa nova sociedade, e como as pessoas “nascem” nela, primeiramente você pensa que até parece um pouco sensato… pode até ser uma maneira que você conseguiria viver, mas para muitos na nossa sociedade atual não diferencia muita coisa. E com certeza uma das coisas que mais se assemelha é como as pessoas são julgadas por não seguir o mesmo estilo de vida que eles.
Não importa em que sociedade você vive, haverá sempre o julgamento, e até mesmo rejeição dos que vivem de forma diferente.
Claro, eles aprendem a agir de tal forma. Eles aprendem que, se alguém não vive da mesma forma que eles, essas pessoas estão erradas. Certas coisas se aprendem em casa, não é mesmo?
Além da parte de ser julgado constantemente caso você não se comporte da maneira que eles acham adequada, outra coisa que se assemelha muito com nossa sociedade é o uso de drogas para não ficarem tristes, se sentirem melhores. É algo extremamente normal, é aconselhável. E caso você não tome, qual o seu problema? Por que você não quer se sentir melhor?
Não existe medo. Não existe dor. Não existe tristeza. Não existe velhice. Não existe o que eles consideram feio. Não existe amor. Não existe religião. E depois que você ler, não pense que essas coisas não existirem seja algo bom.
Não existe nem literatura, ou nada que seja velho e possa influenciar as pessoas a viverem de forma diferente a que elas foram condicionadas. Qualquer coisa considerada velha e antiquada e proibida e sem sentido.
Uma das poucas coisas que eu vou “entregar” da história – não é spoiler – é a divisão de classes. Essa imagem é interessante tanto para quem não quanto para quem não leu.
Cada classe é desenvolvida para viver de uma forma diferente da outra, fazer um trabalho diferente, mas seguindo as mesmas regras. E o sentimento de superioridade enter uma classe e outra é predominante.
E nem podemos culpá-los, eles são criados/treinados assim, para se sentirem melhores que os outros, para seguir o que é correto do ponto de vista deles.
Um aviso: não tem um final feliz. E nem faria sentido se tivesse.
E para quem não sabe, três músicas muito conhecidas são inspiradas no livro: Zé Ramalho – Admirável Gado Novo, Pitty – Admirável Chip Novo e Iron Maiden – Brave New World.
Uma das maiores obras já escritas, já foi banida em algumas países e durante sua vida, Huxley morria de medo de que algumas coisas existentes no livro poderiam se tornar realidade.
Vou finalizar com uma das minhas citações favoritas do livro, e é um livro que sempre estou recomendando. E espero que essa resenha tenha aguçado a curiosidade de vocês, pois é extremamente difícil falar dele sem dar spoilers, e eu AMO falar dele.
– Mas eu gosto dos inconvenientes.
– Nós, não. Preferimos fazer as coisas confortavelmente.
– Mas eu não quero conforto. Quero Deus, quero a poesia, quero o perigo
autêntico, quero a liberdade, quero a bondade. Quero o pecado.
Até a próxima com: Cidade da Morte (Acho que vocês não vão reclamar de eu ter escolhido o livro dessa vez né?)
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