Listen – Resenha

Um episódio que se mostrou ser, até agora, o melhor episódio da temporada, também teve muitas semelhanças com outros episódios. Mas pelos menos foram bons episódios.

Escrito por Steven Moffat, esse episódio discute o fato de estarmos realmente sozinhos ou não. No monólogo inicial do Doctor, ele questiona o porque de falarmos alto quando estamos sozinhos, se a gente acha ou realmente tem alguém que nos ouve.

Mais especificamente, ele questiona o porque termos sempre o mesmo sonhos. (Pra mim o mesmo sonho é estar caindo, mas vamos focar nesse aqui.)

Question — why do we talk out loud even when we know we’re alone.

Conjecture — because we know we’re not

LISTEN!

Enquanto esse “diálogo” acontece, Clara está finalmente tendo um encontro com Sr. Pink. E sim, isso é extremamente relevante.

Uma coisa que achei legal: não foi uma cena típica de encontro, mostrando toda a conversa deles. Foram feitos pequenos “takes”, momentos que eles riram, falaram sério, e claro, o momento em que a Clara faz a piada sem graça, os dois brigam, e ela vai embora. Simples assim.

Quando Clara volta pra casa, depois do encontro, o Doctor a está esperando. Deixando as piadinhas de lado (que ele não perde a oportunidade de falar algo desagradável, o que tá tornando esse Doctor mais legal ainda).

Doctor quer envolvê-la nisso. Ele quer que ela o entenda, o porque disso, porque o mesmo sonho, com tantas pessoas. Esse medo.Então….

Por que não conectá-la à TARDIS?

O objetivo disso é a TARDIS seguir o caminho da vida da Clara, desde o seu nascimento; rever os momentos onde ela pode ter tido esse sonho. Sei que vocês viram o episódio e eu não precisaria explicar isso, mas achei válido relembrar.

Infelizmente, o curso não segue sua rota devida. Por causa de uma maldita ligação, eles acabam indo parar na infância do Danny (e eu fico impressionada como eles demoram pra perceber isso. Ok, o nome real dele é Rupert, mas acho que ….. mesmo assim né?)

A Clara conversa com o garoto, percebe que o medo dele é o mesmo que o Doctor está investigando (se é essa a palavra certa a ser usada), ela o encoraja, e o Doctor também, quando algo aparentemente aparece em cima da sua cama.

AI VEM O MOMENTO da primeira lembrança de outro episódio.

Lembram de “The Girl in the Fireplace”? A primeira coisa que o Doctor vai checar é embaixo da cama dela. E foi exatamente o que a Clara fez.

Esse episódio…. <3

Quando esse ser estranho aparece na cama do pequeno Pink, o Doctor vire pra janela, pede pra Clara e o garoto virarem também, e dá indicações explícitas para eles não virarem. Não olharem de jeito nenhum, até o “ser” ir embora.

Podemos dizer que esse seria o oposto do DON’T BLINK. E mais uma vez relembrando um episódio ótimo.

O meu episódio favorito, até hoje, e esse “Don’t turn round” me lembrou muito.

Acho que segui os fatos só pra poder chegar nesse ponto e mostrar as semelhanças. E espero que eu não tenha percebido isso sozinha.

Basicamente, graças ao erro de percurso da Clara, eles passam pelo passado, presente e futuro do Danny. Por sinal , nome escolhido porque o Doctor o fez dormir, e sonhar com o soldado chamado Danny

Nessa viagem pela linha temporal, acabamos percebendo que a Clara será parte da vida dele. O Pink do futuro, um viajante do tempo, fala que isso é da família, e ouvia histórias do bisavós.

Um parente. Perdido numa linha temporal. Apenas aguardando para o Doctor salvá-lo. Também já vimos isso antes.

HIDE! Esse já é um episódio um pouco mais recente, fazendo as comparações. Acabou sendo um pouco mais fácil de relembrar.

Essa rima/poema/algo interessante que eu quero decorar, me fez lembrar outro episódio onde a rima fez toda a diferença, e também é conhecida.

No episódio Big Bang, quando Amy, começa a lembrar do Doctor no dia do seu casamento, ela fala “Somenthing old, something new, something borrowed, something blue”; algo tradicionais nos casamentos, e que encaixou perfeitamente no episódio.

Voltando a Listen. Quando eles estão salvando o Pink do futuro, o Doctor tenta descobrir o que há do lado de fora da nave dele, que ele tem tanto medo. Ele tenta enfrentar aquilo. Não mostra nada…. Doctor desmaia, e não se sabe exatamente o porque. Clara resolve se conectar à TARDIS, ver se descobre alguma coisa, e acaba na linha do tempo do próprio Doctor. O encontra quando criança, antes de se tornar o Doctor. E aí vem a cena mais linda.

Além de relembrarmos do War Doctor, ela fala um texto lindo, que o próprio Doctor usa para encorajar Rupert, e que provavelmente deve ter viajado no tempo com ele.

E mais dois episódios reaparecem com isso: The Name of the Doctor e The Day of the Doctor

Descobrimos que o celeiro em que o War Doctor encontra Bad Wolf, era onde tudo começou. Onde ele se escondia, ficava longe dos outros pra ninguém ver o medo dele.

E é nisso que o episódio se resume. Medo. Não apenas os humanos, mas o Doctor tem medo, não sabe o porque, e tenta desvendar isso… quando no tempo todo era a Clara, que na verdade estava lhe ajudando superar todos esses medos.

This is just a dream, but very clever people can hear dreams. So please, just listen. I know you’re afraid, but being afraid is alright. Because didn’t anybody ever tell you? Fear is a superpower. Fear can make you faster and cleverer and stronger. And one day you’re gonna come back to this barn and on that day you’re going to be very afraid indeed. But that’s okay, because if you’re very wise and very strong fear doesn’t have to make you cruel or cowardly. Fear can make you kind. It doesn’t matter if there’s nothing under the bed or in the dark so long as you know it’s okay to be afraid of it. So listen. If you listen to anything else, listen to this. You’re always gonna be afraid even if you learn to hide it. Fear is like a companion, a constant companion, always there. But that’s okay because fear can bring us together. Fear can bring you home. I’m gonna leave you something just so you’ll always remember. Fear makes companions of us all.

“Medo é um superpoder…”

Essa cena foi linda. E relembrar o War Doctor também.

Esse episódio Moffat acertou em cheio. Pelo menos para essa temporada, espero que fique cada vez melhor. E espero que ele consiga escrever coisas novas. Um ótimo episódio recheado de elementos que nos remetem a outros ótimos episódios. Uma ótima jogada, na minha opinião.

Mas a pergunta que ficou na minha cabeça…. quem estava na cama do Rupert? Será que era o pequeno Doctor? Com tanto medo quanto eles?

O que nos resta agora é aguardar por Time Heist.