E uma garrafa de Rum!
Já vou começar falando que este texto carece de mais pesquisa, mas como quero só ilustrar um caso, vou usar os termos com cuidado.
Estamos num momento onde a Mtv brasileira está a um passo de fechar as portas e encerrar as transmissões. Muita gente reclama que a Mtv, faz um tempo, vem se preocupando cada vez menos com o M e ficando tv demais, cheio de reality shows e programas vazios que em muitos casos de música pouco tem.
A culpa disso é e não é da Mtv. O modo de consumir música mudou radicalmente nos últimos anos e a emissora não soube bem se adaptar a esse fato, apelando cada vez mais para programas menos voltados para os clipes propriamente ditos. Por outro lado com o YouTube você assiste ao clipe que quiser, na hora que quiser e quantas vezes quiser, fica complicado ter um programa que passa apenas certos clipes certa hora, não é atrativo isso.
Ruim, mas o formato mesmo já está desgastado, ou alguém o reinventa ou vai acabar de vez, pode não ser agora mas acaba.
Uma coisa parecida acontece com a propriedade intelectual sobre softwares. Estamos num ponto onde é fácil aprender e muito fácil, mas extremamente caro, obter um software. Pagar uma quantia obscena pela licença de um software não vale a pena para uma pessoa que vai só retocar umas fotos amadoras.
Eu até ia arguir que ainda há opções free para editar as fotos, mas digamos que somos todos intransigentes e não queremos um software meia-boca ou que ninguém conhece/ensina.
O modelo de venda de licença de softwares foi planejado numa época em que as coisas funcionavam de forma muito diferente. O mundo virtual mudou e hoje você tem um acesso quase irrestrito ao material que você precisa mas não pode/quer pagar.
Eu sigo a linha de raciocínio que software (e hardware) é investimento. Se eu me divirto com um jogo de Android eu acho justo pagar por ele. Recompensar o desenvolvedor, que com esse dinheiro eventualmente vai lançar mais jogos. E se um software de edição de imagens vai me dar um retorno financeiro, mesmo que a longo prazo, eu vou fazer o possível para regularizar a situação.
Contudo eu entendo que as coisas não são tão preto e branco assim.
Com os apps de celulares esse modelo tem mudado bastante, com apps de boa qualidade que, custando de poucos centavos a uns 40 reais, podem ser REALMENTE úteis e fazer trabalho de verdade, como edição de música e vídeo em iPads com o iMovie ou o Garage Band. Este é um ponto onde, mesmo tendo menos parcela de mercado que o Android o iPhone tem um volume desproporcional nas vendas de software, pois quem está disposto a pagar mais por um celular eventualmente está disposto a pagar mais pelo software.
E hoje em dia temos até programas que funcionam com assinaturas, como o novo office. Paga-se uma mensalidade e usa-se o programa. A indústria está se reinventando para não perder mais dinheiro ainda, eu acho que todo mundo vai sair ganhando com isso.
Post por Otto Arantes Pessanha
Leave a Comment