DNA escalando uma montanha vestido de rinoceronte

Pois é.

Dentre inúmeras peripércias que o nosso querido Douglas Adams já fez na vida, a do título deste post é uma das mais fascinantes. Não, não é um título ~~zoeira~~ como “anão vestido de palhaço mata oito”. É isso, ele subiu uma montanha vestida de rinoceronte (-q).

Vamos primeiro falar sobre o interesse que Douglas Adams tinha com os animais (quase ou) em extinção. Parafaseando Bradley Trevor Greive (Autor de Um Dia “Daqueles”):

“Douglas Adams inspirou mudanças positivas e apoiou diversas causas significativas. Sua paixão por animais selvagens nunca esteve mais presente do que quando viajou ao redor do mundo com o zoólogo Mark Cawardine para documentar as espécies em risco de extinção para seu maravilhoso livro Last Chance to See (Última Oportunidade Para Ver). E não parou nisso, pois ele seguiu em frente, transformando-se no energético e carismático patrono, tanto do Diana Fossey Gorilla Fund quanto do Save the Rhino International. Entre suas muitas ações para apoiar este último, houve a famosa vez em que escalou o Kilimanjaro, fantasiado de rinoceronte, para ajudar a divulgar sua causa.”

A Save the Rhino é uma instituição de caridade do Reino Unido, que visa arrecadar fundos para salvar os rinocerontes. Eles começaram esse projeto em 1992 e, em 1994, o projeto foi registrado oficialmente. E adivinhem só? Um dos patronos e fundadores da instituição era ninguém mais, ninguém menos, que Douglas Adams.

O interesse de Adams pela conservação da fauna surgiu durante uma visita a Madagascar, que inclusive, acabou resultado em um livro (citado acima – Last Chance to See), sobre a situação das espécies ameaçadas de extinção.

Para promover e divulgar o projeto, Adams e outros apoiadores da causa resolveram subir o monte Kilimanjaro, o ponto mais alto do continente africano. Para ajudar, alguém teve a brilhante ideia de fazerem isso vestidos de rinocerontes.

Douglas Adams e Tom Kenyon-Slaney em 1994

DNA cita sobre essa experiência no Salmon of Doubt:

“Fortes rajadas de calor equatorial se dirigem a mim do asfalto… estou todo enlambuzado em protetor solar, a estrada se estende na direção de uma névoa de calor, e minhas pernas estão se adaptando bem. Como um pontilhado na estrada, outros andarilhos vão à minha frente e atrás, alguns caminhando vigorosamente, outros aparentam estar se arrastando, mas todos andando na mesma velocidade na verdade. Um deles está usando uma armação grande, cinza e escultural… Um chifre grande balança na extremidade da frente. A coisa é uma caricatura grotesca, porém estranhamente bonita de um rinoceronte se movendo com passadas rápidas e vivas.

Os demais andarilhos estão caminhando há vários dias, desde a margem de Mombassa por toda a estrada principal até a parada de caminhões no Voi, o centro local do universo. Me uni a eles aqui na noite passada… É rumo ao topo do Kilimanjaro que a expedição pretende escalar – um pequeno grupo de ingleses caminhando quilômetros por dia com sol a pique e se revezando para vestir a fantasia de rinoceronte gigante. Os cachorros loucos já jogaram a toalha há tempos… Esta ideia excêntrica me foi colocada pela primeira vez pelos fundadores da Save the Rhino International, David Stirling e Johnny Roberts, e não percebi que eles estavam falando sério logo de cara”.

O monte Kilimanjaro é o ponto mais alto da África, com uma altitude de 5.891,8m

Desde então, a escalada no monte Kilimanjaro continua, mas agora com guias turísticos e um programa de suporte, tudo para apoiar a instituição.

Se você também é fã de rinocerontes e quer subir uma montanha vestido como um, ou simplesmente saber mais da organização, acesse: savetherhino.org

obs: fiquei muito chateada pelo fato de vasculhar a internet e não achar uma foto do próprio DNA vestido com a fantasia. Mas fazer o quê? Fica pra nossa imaginação.